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6 de maio de 2015

DESENVOLVER O HÁBITO DA LEITURA E ESCRITA POR MEIO DA IMITAÇÃO DO OUTRO: ENQUANTO ÍCONE LITERÁRIO

DESENVOLVER O HÁBITO DA LEITURA E ESCRITA POR MEIO DA                                 IMITAÇÃO DO OUTRO: ENQUANTO ÍCONE LITERÁRIO

                          Escrever não é uma tarefa fácil, pois, exige toda uma organização, física, motora, sensorial, mental, tempo e, conhecimentos sobre o assunto e conhecer a estrutura do texto, entre outros aspectos textuais. E é aí que surge o tal do “bicho papão" que causa tanto pânico, medo, impotência, insegurança, e outras sensações adversas a qualquer pessoa que queira explorar suas ideias e opiniões sobre determinado assunto e registrá-las na escrita.
                        Essa atividade, conforme abordamos acima requer também, muita força de vontade, decisão, disciplina e leituras (pesquisas), revistas científicas, charges, revistas em quadrinhos, Mangás, contos de fada, ficção, piadas, fragmentos, receitas culinárias, poemas de amor, cartas, receitas relatórios, resenhas, cartazes, jornal, jornal mural, acrósticos, paráfrases, bulas de remédios, bíblia, enciclopédias, blogs, grupos sociais, sites, encartes, fotonovela, palavras cruzadas, cordel, epitáfios, diários, agendas, jogos, leitura de imagens, enfim tudo que possa ser observado, lido, entendido, pesquisado, explicado de maneira objetiva, ou subjetiva, são elementos constituintes do acervo de nossa vasta literatura cultural e que muito corroboram para que professores, gestores, pais, tutores, alunos monitores, possam compartilhar momentos de interação com passagem garantida e sem custo adicionais ao mundo onde tudo é possível, e o impossível (formar leitores proficientes em leitura e interpretação textual), será registrado como o início de uma porta aberta ao fantástico mundo da leitura.
                            Sabendo-se que a natureza humana é facilmente levada á aprendizagem por meio do observatório, da pesquisa, do fazer com outro, da imitação de ações propiciadas pelos nossos familiares, colegas, amigos, irmãos, professores, e demais integrantes do nosso convívio social, por outro lado temos que repensar nossas práticas pedagógicas e maneiras de aplicações desse saber ler, ou escrever aos nossos alunos, haja vista que representamos ícones intelectuais a ser observados e seguidos por legiões de alunos para o bem, ou para o mal.
                             Dessa forma, acreditamos que uma prática educacional na escola, na família, nas comunidades, nos grupos sociais, pode representar o alicerce do perfil do jovem leitor autor escritor, que são copiados, parodiados pelos seus representantes da língua falada, oralizada, ou escrita, de tal forma que a mãe fala com o bebê desde os primeiros dias de vida, e ele já é capaz de interagir, ainda que não entenda, por meio dos estímulos que lhe são oferecidos.  Por semelhante modo ou forma, o jovem quando entra em contato com algo que promova um significado, um desafio, e um lugar a ser explorado; ele reage e interage com o autor da provocação (aqui e doravante entendida como a função leitor, autor, e escritor).

"Oferecer uma leitura de um quebra cabeças pode ser um breve percurso para principiantes, ou então, as charadas, contos da literatura juvenis contextualizados a realidade do jovem do século pós-modernidade e geração interconectada ao mundo virtual, real, imaginário, surreal, global, simples, complexo, infinito e pequeno". (Guerrero. Zilda, 2015)

                                 Portanto, acreditamos que quanto mais difícil seja a missão de convencer alguém a ler alguma coisa, é a doação do benefício da dúvida, uma vez instigados por um desafio que promova no ser humano o conflito interno e uma transgressão, pode se entendida como o transpassar da primeira pedra no caminho de leigos em qualquer que seja o assunto, basta somente ser interessante, pertinente, e desafiador, para isso nossa atuação, enquanto formadores de opiniões e exemplos morais e éticos, é fator preponderante á construção desse leitor desejado e escritor procurado e nem sempre encontrado em meio ás diversas linguagens orais ou escritas dessa geração conexão-ação.












REFERÊNCIAS
BAKHTIN. M. Questões de literatura e de estética. São Paulo: Editora da UNESP, 1993.
COSTA VAL, M. G. “Texto e in textualidade”. In: Redação e textualidade. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
DOLZ, J. E SCHNEUWLY, B. Gêneros e progressão em expressão oral e escrita. Elementos para reflexões sobre uma experiência suíça (francófona). In “Gêneros Orais e escritos na escola”.  Campinas (SP): Mercado de Letras; 2004.
FARACO, C. A. "Autor e autoria". In: BRAIT, B. (org.) Bakhtin: conceitos -chave. São Paulo: Contexto, 2010.
     FOUCAULT, Michel. "O que é um autor". in: MOTTA, Manoel Barros (org.).Estética: literatura e pintura, música e cinema / Michel Foucault. Trad.: Inês Autran Dourado Barbosa. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2001.
GERALDI, João Wanderley. Portos de passagem. São Paulo: Martins Fontes, 2013.

ORLANDI, E. Interpretação: autoria, leitura e efeitos do trabalho simbólico. Campinas: Pontes, 2004.