DESENVOLVER O HÁBITO DA LEITURA E
ESCRITA POR MEIO DA IMITAÇÃO DO
OUTRO: ENQUANTO ÍCONE LITERÁRIO
Escrever não é uma tarefa fácil, pois, exige
toda uma organização, física, motora, sensorial, mental, tempo e, conhecimentos
sobre o assunto e conhecer a estrutura do texto, entre outros aspectos
textuais. E é aí que surge o tal do “bicho papão" que causa tanto pânico,
medo, impotência, insegurança, e outras sensações adversas a qualquer pessoa
que queira explorar suas ideias e opiniões sobre determinado assunto e
registrá-las na escrita.
Essa atividade,
conforme abordamos acima requer também, muita força de vontade, decisão,
disciplina e leituras (pesquisas), revistas científicas, charges, revistas em
quadrinhos, Mangás, contos de fada, ficção, piadas, fragmentos, receitas
culinárias, poemas de amor, cartas, receitas relatórios, resenhas, cartazes,
jornal, jornal mural, acrósticos, paráfrases, bulas de remédios, bíblia,
enciclopédias, blogs, grupos sociais, sites, encartes, fotonovela, palavras
cruzadas, cordel, epitáfios, diários, agendas, jogos, leitura de imagens, enfim
tudo que possa ser observado, lido, entendido, pesquisado, explicado de maneira
objetiva, ou subjetiva, são elementos constituintes do acervo de nossa vasta
literatura cultural e que muito corroboram para que professores, gestores,
pais, tutores, alunos monitores, possam compartilhar momentos de interação com
passagem garantida e sem custo adicionais ao mundo onde tudo é possível, e o
impossível (formar leitores proficientes em leitura e interpretação textual),
será registrado como o início de uma porta aberta ao fantástico mundo da
leitura.
Sabendo-se que a
natureza humana é facilmente levada á aprendizagem por meio do observatório, da
pesquisa, do fazer com outro, da imitação de ações propiciadas pelos nossos
familiares, colegas, amigos, irmãos, professores, e demais integrantes do nosso
convívio social, por outro lado temos que repensar nossas práticas pedagógicas
e maneiras de aplicações desse saber ler, ou escrever aos nossos alunos, haja vista
que representamos ícones intelectuais a ser observados e seguidos por legiões
de alunos para o bem, ou para o mal.
Dessa forma,
acreditamos que uma prática educacional na escola, na família, nas comunidades,
nos grupos sociais, pode representar o alicerce do perfil do jovem leitor autor
escritor, que são copiados, parodiados pelos seus representantes da língua
falada, oralizada, ou escrita, de tal forma que a mãe fala com o bebê desde os
primeiros dias de vida, e ele já é capaz de interagir, ainda que não entenda,
por meio dos estímulos que lhe são oferecidos.
Por semelhante modo ou forma, o jovem quando entra em contato com algo
que promova um significado, um desafio, e um lugar a ser explorado; ele reage e
interage com o autor da provocação (aqui e doravante entendida como a função
leitor, autor, e escritor).
"Oferecer
uma leitura de um quebra cabeças pode ser um breve percurso para principiantes,
ou então, as charadas, contos da literatura juvenis contextualizados a
realidade do jovem do século pós-modernidade e geração interconectada ao mundo
virtual, real, imaginário, surreal, global, simples, complexo, infinito e
pequeno". (Guerrero. Zilda, 2015)
Portanto,
acreditamos que quanto mais difícil seja a missão de convencer alguém a ler
alguma coisa, é a doação do benefício da dúvida, uma vez instigados por um
desafio que promova no ser humano o conflito interno e uma transgressão, pode
se entendida como o transpassar da primeira pedra no caminho de leigos em
qualquer que seja o assunto, basta somente ser interessante, pertinente, e
desafiador, para isso nossa atuação, enquanto formadores de opiniões e exemplos
morais e éticos, é fator preponderante á construção desse leitor desejado e
escritor procurado e nem sempre encontrado em meio ás diversas linguagens orais
ou escritas dessa geração conexão-ação.
REFERÊNCIAS
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São Paulo: Editora da UNESP, 1993.
COSTA VAL, M. G. “Texto e in textualidade”. In:
Redação e textualidade. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
DOLZ, J. E SCHNEUWLY, B. Gêneros e progressão em
expressão oral e escrita. Elementos para reflexões sobre uma experiência suíça
(francófona). In “Gêneros Orais e escritos na escola”. Campinas (SP): Mercado de Letras; 2004.
FARACO, C. A. "Autor e autoria". In: BRAIT, B. (org.) Bakhtin:
conceitos -chave. São Paulo: Contexto, 2010.
FOUCAULT, Michel. "O que é um autor". in: MOTTA, Manoel Barros
(org.).Estética: literatura e pintura, música e cinema / Michel Foucault.
Trad.: Inês Autran Dourado Barbosa. Rio de Janeiro: Forense Universitária,
2001.
GERALDI, João Wanderley. Portos de
passagem. São Paulo: Martins Fontes, 2013.
ORLANDI, E. Interpretação: autoria,
leitura e efeitos do trabalho simbólico. Campinas: Pontes, 2004.
