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29 de outubro de 2014

HOJE E O DIA NACIONAL DO LIVRO!!!



No dia 29 de outubro é comemorado o dia nacional do livro.

Para a primeira biblioteca do Brasil, Portugal disponibilizou um acervo bibliográfico muito rico, vindos da Real Biblioteca Portuguesa, com mais de sessenta mil objetos. O acervo era composto por medalhas, moedas, livros, manuscritos, mapas, etc.

As primeiras acomodações da Biblioteca foram em salas do Hospital da Ordem Terceira do Carmo, na cidade do Rio de Janeiro.

A escolha da data foi em razão da transferência da mesma para outro local, no dia 29 de outubro de 1810, fundando-se assim a Biblioteca Nacional do Livro, pela coroa portuguesa.
Da data da fundação até por volta de 1914, para se fazer consultas aos materiais da biblioteca era necessária uma autorização prévia.

Os livros são um conjunto de folhas impressas, onde o escritor coloca suas ideias, a fim de deixá-las registradas ou para que outras pessoas possam tomar conhecimento das mesmas. Eles podem variar no gênero dos textos apresentados, sendo documentário, romance, suspense, ficção, autoajuda, bíblico, religioso, poema e poesia, disciplinas escolares, profissões e uma infinidade de áreas.

Para se publicar um livro, o autor deve procurar uma editora a fim de apresentar seu material, que deverá estar devidamente registrado em cartório, para garantir os direitos autorais.

A editora se encarrega de fazer a correção do texto, de acordo com as normas cultas da língua, além de sugerir algumas melhoras ao mesmo. Após a edição do texto, a editora cuida do título da obra, que deve servir como atrativo ao público, passando então para o preparo da capa, através da ilustração, impressão da quantidade de volumes e montagem dos exemplares.

A editora também é responsável pela divulgação do material, pois é de seu interesse vender o produto.
Após a criação da prensa tipográfica, por Johannes Gutenberg (1398-1468), deu-se a publicação do primeiro livro em série, que ficou conhecido como a Bíblia de Gutenberg. A obra foi apresentada em 642 páginas e a primeira tiragem foi de duzentos exemplares. Essa invenção marcou a passagem da era medieval para a era moderna.

O primeiro livro publicado no Brasil foi Marília de Dirceu, escrito por Tomás Antônio Gonzaga. Na época, o imperador do país fazia uma leitura prévia dos mesmos, a fim de liberar ou não o seu conteúdo, funcionando como censura.

Em 1925, Monteiro Lobato, escritor e editor, autor do Jeca Tatu e do Sítio do Picapau Amarelo, fundou a Companhia Editora Nacional, trazendo grandes possibilidades de crescimento editorial para o Brasil.

Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia

28 de outubro de 2014

A imprensa conivente com a censura

A imprensa conivente com a censura

Por Sylvia Debossan Moretzsohn em 21/10/2014 na edição 821
 

Um tribunal muda as regras do jogo na fase final da disputa. Pior: proíbe a divulgação de reportagens e depoimentos de eleitores. Tivéssemos uma imprensa digna desse nome, esses dois fatos exigiriam nada menos do que manchetes, daquelas que escancaram um escândalo.
Mas, não. Tudo foi apresentado como se fosse a coisa mais natural do mundo, e até desejável: uma saudável providência para conter o “vale-tudo” na campanha para a presidência da República.
Assim, O Globo noticiou, em tímida chamada de capa (17/10): “TSE tenta inibir ofensa na propaganda de TV”. No subtítulo da página interna, registrou: “Uso de terceiros e reportagem de jornal passam a ser proibidos”. Editorial do dia seguinte apoiava a decisão.
Estado de S.Paulo seguiu nessa linha. Da mesma forma, a Folha de S.Paulo, que, em seu espaço de reportagem, parece só ter despertado para o assunto na segunda-feira (20/10).
Entre os colunistas dos grandes jornais, apenas Janio de Freitas, na Folha de domingo (19/10, ver aqui), apontou o absurdo, dando-lhe o devido e sintético nome no título de seu artigo: “Censura”. Pois, “ainda que se destine a restringir o conteúdo e a forma da propaganda, a proibição incide sobre a divulgação dos artigos e reportagens. Logo, restringe a liberdade de imprensa com antecedência. O que caracteriza censura prévia”.
Já a proibição de depoimentos que sustentem denúncias de campanha poderia ter o objetivo de evitar a disseminação de falsidades. Então, para conter-se um abuso, elimina-se a possibilidade de se expressarem críticas, queixas ou preferências eleitorais. “Ou seja”, conclui Janio, “ao cidadão fica proibido mostrar que é cidadão.”
Falta de critério
A medida, que mudou a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral a pouco mais de uma semana das eleições, foi tomada por quatro votos a três, em resposta a uma representação da candidatura de Aécio Neves contra a veiculação de um depoimento da presidente do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais – acusando o então governador do estado de impor constrangimentos a quem divulgasse informações que o desagradassem – e contra a exibição de reportagem sobre demissões de jornalistas em Minas.
Em seu artigo, Janio apontou, além do mais, a falta de critério: durante o primeiro turno, a campanha de Aécio usou à vontade as denúncias convenientemente vazadas em pílulas – como ocorre com todos os vazamentos desse tipo – oriundas do acordo de delação premiada através do qual o ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa tenta reduzir sua pena. Denúncias, até o momento, sem comprovação – o que, aliás, já mereceu reiteradas críticas quanto às responsabilidades da imprensa no trato de matéria tão delicada, ainda mais no contexto especialíssimo e potencialmente explosivo de uma campanha eleitoral. “O TSE, porém,” – observou o colunista – “não achou necessidade de agir contra o uso de acusações tão graves, mas sem provas.”
Comparação impertinente
(Aqui é necessário abrir um parêntesis: no mesmo domingo, ao escrever sobre o pedido de demissão do jornalista Xico Sá, que não pôde publicar em sua coluna a declaração de seu voto em Dilma Rousseff, a ombudsman da Folha (ver aqui) reproduziu comentário de um leitor que discordava da atitude do jornal sob o argumento de que havia “dezenas de colunistas fazendo o mesmo” e citava, como exemplos diametralmente opostos, “Janio de Freitas e Reinaldo Azevedo”. O comentário foi citado como síntese do tom dos protestos.
Leitores podem chegar às mais díspares conclusões, e é comum considerarem que comentários críticos, principalmente em períodos eleitorais, comprometem seus autores com determinada candidatura. É um equívoco elementar, entretanto, pois quem ocupa um espaço de opinião está obrigado, justamente, a expor a sua... opinião. No caso, a comparação é particularmente impertinente diante do abismo entre os dois mencionados: Janio é uma referência no jornalismo brasileiro pelo rigor de sua análise; Reinaldo é referência para o colunismo que substitui o argumento pelo insulto puro e simples. Que um leitor não perceba a diferença, pode ser compreensível; que a ombudsman não apenas a ignore como utilize o comentário como um exemplo do “voto que só não diz o nome”, é preocupante.)
Os baixos níveis
Em artigo na Carta Maior (ver aqui), o cientista político Antonio Lassance definiu a decisão do TSE como uma grave violação do processo eleitoral brasileiro e “um retrocesso ao processo que tem por obrigação revelar quem são os candidatos, seu passado e o que eles representam”. Apontou um retorno à Lei Falcão, que, durante a ditadura, para evitar críticas ao regime, limitou a propaganda eleitoral à divulgação de foto, nome e número dos candidatos. Afirmou, por fim, que a decisão do TSE revelava “não o baixo nível do debate eleitoral”, mas “o baixo nível do próprio Tribunal”.
Caso tratasse da maneira pela qual essa decisão foi apresentada, poderia dizer que esse episódio revela também, de maneira particularmente significativa, o baixo nível da nossa imprensa. 
***
Sylvia Debossan Moretzsohn é jornalista, professora da Universidade Federal Fluminense, autora de Repórter no volante. O papel dos motoristas de jornal na produção da notícia (Editora Três Estrelas, 2013) e Pensando contra os fatos. Jornalismo e cotidiano: do senso comum ao senso crítico (Editora Revan, 2007)

Boadica - Notícias - 17 mulheres que fizeram da Internet o que ela é hoje

Boadica - Notícias - 17 mulheres que fizeram da Internet o que ela é hoje


"Manifestações e onda de dissabores no Facebook após a vitória da rainha"

Todas as manifestações de repúdio, ira, desconforto, que tomaram as páginas desse importante veículo de informação, educação, entretenimento, respeito, alegria, e uma forma de levar conhecimento (mesmo que alguns não concordem), não aconteceram por acaso, mas refletem a retomada dos mesmos anseios por mudanças e o grito afogado na garganta desde o início desse ano, e, agora as consequências da derrota daquele que seria o precursor de um sonho por mudanças, não poderia ser outro, embora não concorde, tenho que respeitar meus leitores.

No entanto, não interpretei como xenofobia, descriminação, preconceito, ou falta de não apreço pelos nossos conterrâneos do Norte do pais, mesmo porque muitos dos que proferiram vocábulos inadequados para esse espaço, quero acreditar que o fizeram num momento de "...não dá mais pra suportar.... explode coração" (Gonzaguinha).

Os movimentos manifestaram SIM, um povo que já não suporta mais o estado de exploração dos nossos conterrâneos, que são levados a submeterem a um regime escravocrata do voto cabresto, simplesmente pela condição da pobreza, a fome, e a falta de informação e acesso cultural para todos.

"Independentemente da postura dos adversários de Dilma Rousseff, a maior parte dos eleitores que recebem o Bolsa Família não arrisca apoiar aquilo que veem como uma aposta duvidosa. Para o jogo democrático, o efeito é desastroso. Se o único critério na escolha do candidato é o Bolsa Família, o eleitor vota sem levar em conta outros temas essenciais, como as políticas para saúde, segurança e o combate à corrupção. “É como se nós tivéssemos voltando para o século XIX, com os currais eleitorais fechados”, diz o professor José Matias-Pereira, da UnB.”.

Não somos nós que estamos dividindo o Brasil por regiões, despertem os que dormem, e pensem, assim como nós temos o direito de trabalhar, lutar pelos nossos sonhos e ideais, é justo deixar que nossos semelhantes permaneçam na inércia e sujeitos a escolher entre "garantia de comida na mesa" com o voto acordado, ou então liberdade de voto, mas sem comida, será que a gente só quer comida....." (Arnaldo Antunes).

Será que não estaremos sendo conduzidos sem perceber, ou percebendo e mesmo assim não querer enxergar que há algo de estranho acontecendo no ar para que caminhemos em direção ao retrocesso, estaremos indo de encontro a outro lado que somente interessa para alguns......?????

Então por favor, queridos amigos, retomemos o amor pelo próximo, respeito pela dor do outro, sabedoria com as formas de manifestações das palavras, pois ainda somos um país democrático, e de livre expressão, cada um coloque sua Foto de capa do Face, ou Perfil conforme seus sentimentos, mas conclamemos, antes de tudo a união e a coragem porque se eu fosse olhar para as coisas que eu não queria ver no meu face, eu teria ocultado artigos, e excluído amizades de muitos amigos que conquistei. É preciso saber que tudo é construído pelo momento, um momento.....nada do que foi será do jeito que já foi um dia tudo passa tudo passará......(Lulu Santos).

 Leiam, revejam e reflitam!!!!!
Abraços,
Zilda Guerrero


Hino à Bandeira Nacional
Letra: Olavo Bilac
Música: Francisco Braga

Salve, lindo pendão da esperança,
Salve, símbolo augusto da paz!
Tua nobre presença à lembrança
A grandeza da Pátria nos traz.
Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!

Em teu seio formoso retratas
Este céu de puríssimo azul,
A verdura sem par destas matas,
E o esplendor do Cruzeiro do Sul.

Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!

Contemplando o teu vulto sagrado,
Compreendemos o nosso dever;
E o Brasil, por seus filhos amado,
Poderoso e feliz há de ser.
Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!

Sobre a imensa Nação Brasileira,
Nos momentos de festa ou de dor,
Paira sempre, sagrada bandeira,
Pavilhão da Justiça e do Amor!

Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!

Referencias
https://www.youtube.com/watch?v=Ku3wUl6SGxE
http://www.brasilescola.com/historiab/hinobandeiranacional.htm
http://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/democracia/bolsa-familia-voto-de-cabresto-e-terrorismo-eleitoral/


"Um dia depois do dia B"


10 de outubro de 2014

PROCEDIMENTOS DE LEITURA UTILIZADOS PARA AQUISIÇÃO DE NOVOS VOCÁBULOS



 PROCEDIMENTOS DE LEITURA UTILIZADOS PARA AQUISIÇÃO DE NOVOS VOCÁBULOS

Os vocábulos de uma língua se organizam em grandes conjuntos, segundo diferentes critérios: formais (fônicos ou morfológicos) e semânticos. O estudo dos campos associativos partindo de um vocábulo foi analisado por Saussure; para ele, "Um termo dado é como o centro de uma constelação, o ponto onde convergem outros termos coordenados, cuja soma é indefinida". Um campo associativo é formado por uma rede de associações por semelhanças, por contiguidade e é extremamente aberto, pois as associações não têm limites.

O exercício da leitura não é uma tarefa fácil, requer do leitor uma ativação da memória linguística em relação ao que está sendo exposto e não é somente isso, outros mecanismos devem ser considerados para que o leitor esteja em interação com o autor do texto, a um bom exemplo, podemos citar a significação, pois a partir da necessidade de utilização desenvolve-se o interesse (KLEIMAN, 1999). Para qual finalidade o texto ou a apreensão de um novo vocábulo deve ser apresentado ao aluno?  Onde o aluno poderá utilizar a nova palavra apresentada? Qual relação existe entre o significado da palavra e o significado de mundo do aluno?  Os textos apresentados aos alunos oferecem os subsídios necessários à compreensão global do vocabulário (decodificação de signos, interpretação de itens lexicais e gramaticais, agrupamentos de blocos conceituais, identificação de palavras-chave, seleção e hierarquização de ideias, associação com informações anteriores, antecipação de informações, elaboração de hipóteses, construção de inferências, compreensão de pressupostos, controle da velocidade, focalização da atenção, avaliação do processo realizado e reorientação dos próprios procedimentos mentais utilizados)?

Essas questões devem ser pontuadas e analisadas pelo professor de Língua Portuguesa em estratégias de leitura como prática ou intervenção didática voltada para ampliação do vocabulário, pois só terão significados para o aluno se houver uma contextualização do novo vocábulo ensinado ao seu universo cultural. Para tal essas estratégias devem garantir que o aluno seja capaz de relacionar o seu conhecimento de mundo ao conhecimento exigido e utilizado pelo autor do texto, são determinadas por ações que o professor deve realizar para ativação dos conhecimentos prévios, ou seja, auxiliar o aluno na recuperação de informações possibilitando-lhe realizar o levantamento de hipóteses acerca do assunto abordado.

Outro ponto importante a ser destacado no planejamento efetuado pelo professor em situações de aprendizagens envolvendo estratégias de leitura é a seleção dos textos que serão utilizados, ou dizendo de outra forma, textos que favorecem a predição ou antecipação de temas ou as formas de texto que serão explorados. Nesse quesito o ideal é que essas estratégias sejam elaboradas visando à exposição dos alunos aos vários gêneros textuais (MARCUSCHI 2007), pois as palavras não são estáticas elas exercem diferentes valores e significados de acordo com o local social onde são veiculadas, e a partir daí é possível que o aluno reconheça a finalidade do gênero apresentado, a esfera de comunicação a qual ele pertence, em que meio social está veiculado, contribuindo assim à predição de ideias do que será apresentado no texto e ao mesmo tempo corroboram para a realização de inferências contidas no texto seja de forma implícita ou explícita.  

Ao elaborar estratégias de leitura destinadas a aquisição de novos vocábulos pelos discentes é fundamental que o professor além de observar os expostos acima, também tenha pleno domínio sobre o assunto do texto que será abordado em sala de aula. Para tal deverá efetuar uma seleção de títulos, temas e tipologias verificando qual ou quais serão mais adequados aos seus propósitos de ensino, considerando o perfil da classe, o nível de maturidade, o conhecimento de mundo e a relação existente entre o texto/vocabulário com seu alunado. Situações de aprendizagem envolvendo os alunos à construção de frases ou pequenos parágrafos de forma autônoma, mesclando diferentes gêneros e finalidades, a reescrita de parágrafos, construção de textos, caça palavras, construção de sinônimos, bingo de palavras, palavras cruzadas, motivação e indicações de livros diversos ou avaliações dissertativas onde é possível diagnosticar o nível vocabular do aluno também constituem excelentes práticas pedagógicas.

Assim sendo, urge a necessidade do professor de Língua Portuguesa priorizar em suas aulas, práticas didáticas destinadas à aplicação de estratégias de leituras em todas as séries e níveis de aprendizagem, compreendendo que a leitura constitui uma atividade muito interativa, altamente complexa na produção de sentidos (que são realizados para além dos parâmetros textuais) cuja compreensão requer também a ativação e mobilização de um conjunto de diversos saberes adquiridos para recuperação de informações e conhecimentos prévios; entendendo também, a importância de incentivar e cultivar o hábito de leitura em seus alunos, pois a aquisição do letramento no seu sentido global é alcançada quando o indivíduo possuir competências e habilidades linguísticas para fazer uso das palavras em diversos contextos de produção ou situações de comunicação. Caso contrário, a apresentação de um novo vocábulo ao aluno será apenas uma informação a mais, porém não fará parte de seu repertório linguístico porque não houve relação ou significação entre a palavra e seu contexto de mundo.  

Referências Bibliográficas

KLEIMAN, A. Texto & Leitor - Aspectos cognitivos da leitura. Campinas: Pontes, 1999.

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO, Ângela P., MACHADO, Anna R, BEZERRA, Maria A; (orgs.). Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2007.

SAUSSURE, F. Curso de Linguística Geral. São Paulo: Ed. Cultrix, 1.975.






8 de outubro de 2014

Conhecido de homem morto por ebola nos EUA é isolado com sintomas do vírus



Conhecido de homem morto por ebola nos EUA é isolado com sintomas do vírus


Há cerca de 40 anos, um jovem cientista belga viajou para um parte remota da floresta do Congo com a tarefa de descobrir por que tantas pessoas estavam morrendo de uma doença misteriosa e aterrorizante.
Em setembro de 1976, um pacote com uma garrafa térmica azul havia chegado ao Instituto de Medicina Tropical em Antuérpia, na Bélgica.
Peter Piot tinha 27 anos e, com formação em medicina, atuava como microbiologista clínico.
"Era um frasco normal, como os que usamos para manter o café quente", lembra Piot, hoje diretor da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres.
Mas essa garrafa não continha café. Em meio a cubos de gelo derretidos estavam frascos de sangue, com um bilhete.
Vinham de um médico belga que estava no então Zaire, hoje República Popular do Congo. Sua mensagem explicava que o sangue era de uma freira, também belga, contaminada por uma doença misteriosa.
A encomenda incomum tinha viajado da capital do Zaire, Kinshasa, em um voo comercial, na bagagem de mão de um dos passageiros.
"Quando abrimos a garrafa térmica, vimos que um dos frascos havia quebrado e o sangue havia se misturado com a água do gelo derretido", disse Piot.
Ele e seus colegas não sabiam o quão perigoso aquilo era - à medida em que o sangue vazava na água gelada, um vírus mortal e desconhecido também escapava.
Os cientistas colocaram algumas das células sob um microscópio eletrônico e se surpreenderam. Era uma estrutura que lembrava a de um "verme gigantesco para os padrões virais", diz Piot, semelhante a apenas um outro vírus, o Marburg.
O Marburg havia sido descoberto em 1967, quando 31 pessoas tiveram febre hemorrágica na Alemanha e na Iugoslávia. O surto ocorrera entre pessoas que trabalhavam em laboratórios com macacos infectados de Uganda. Sete pessoas haviam morrido.
Piot entendia a gravidade do Marburg mas, depois de consultar especialistas, concluiu que o que estava vendo não era Marburg - era algo diferente, algo nunca visto.
"É difícil de descrever, mas eu senti uma empolgação incrível", diz Piot. "Me senti privilegiado, era um momento de descoberta."
'Adeus'
Os pesquisadores foram informados de que a freira no Zaire havia morrido. A equipe também soube que muitos estavam doentes em uma área remota no norte do país. Os sintomas incluíam febre, diarreia, vômito seguido de sangramento e, por fim, morte.
Duas semanas depois, Piot, que nunca tinha ido à África, pegou um voo para Kinshasa. A equipe viajou para o centro do surto, uma aldeia na floresta equatorial.
Quando o avião pousou em um porto fluvial no rio Congo, o medo da doença misteriosa era visível. Nem os pilotos queriam ficar por muito tempo - eles deixaram os motores do avião ligados enquanto a equipe descarregava seus equipamentos.
"Ao saírem eles gritaram 'Adeus'", conta Piot. "Em francês, as pessoas dizem 'au revoir' para 'até logo', mas quando eles dizem 'adieu' é como dizer 'nunca vamos nos ver novamente'."
"Mas eu não estava com medo. A excitação da descoberta e de querer parar a epidemia guiava tudo."
O destino final da equipe era a aldeia de Yambuku, sede de uma antiga missão católica. Nela, havia um hospital e uma escola dirigida por um padre e freiras, todos da Bélgica.
As freiras e o padre haviam estabelecido eles próprios um cordão sanitário para prevenir a propagação da doença.
Um aviso no idioma local, lingala, dizia: "Por favor, pare. Qualquer um que ultrapassar pode morrer".
"Eles já tinham perdido quatro colegas. Estavam rezando e esperando a morte."
A prioridade era conter a epidemia, mas primeiro a equipe precisava descobrir como esse vírus se propagava - pelo ar, nos alimentos, por contato direto ou transmitida por insetos. "Era uma história de detetive", diz Piot.
Contaminação
A equipe descobriu que o surto estava ligado a áreas atendidas pelo hospital local e que muitos dos doentes eram mulheres grávidas na faixa de 18 a 30 anos. Em seguida, perceberam que as mulheres que passavam por consulta pré-natal recebiam uma injeção de rotina.
Todas as manhãs, apenas cinco seringas eram distribuídas e as agulhas eram reutilizadas. Assim, o vírus se espalhava entre os pacientes.
A equipe também notou que os pacientes ficavam enfermos depois de ir a funerais. Quando alguém morre de ebola, o corpo está cheio de vírus - qualquer contato direto, como lavagem ou preparação do corpo sem proteção, apresenta um risco grave.
O passo seguinte foi interromper a transmissão do vírus. As pessoas foram colocadas em quarentena e os pesquisadores ensinaram como enterrar corretamente aqueles que faleciam por causa do vírus.
O fechamento do hospital, a quarentena e as informações para a comunidade levaram ao fim da epidemia. Mas cerca de 300 pessoas já tinham morrido.
Piot e seus colegas decidiram dar ao vírus o nome de um rio, o Ebola.
"Nós não queríamos batizá-lo com o nome da aldeia, Yambuku, porque é tão estigmatizante. Ninguém quer ser associado a isso", diz Piot.
Em fevereiro de 2014, o pesquisador foi a Yambuku pela segunda vez desde 1976, por ocasião de seu 65º aniversário. Ele encontrou Sukato Mandzomba, um dos poucos que pegou o vírus em 1976 e sobreviveu. "Foi fantástico, muito emocionante", contou.
Naquela época, Mandzomba era enfermeiro no hospital local. "Ele agora está coordenando o laboratório lá, e é impecável. Fiquei impressionado", disse Piot.
'Doença da pobreza'
Passaram-se 38 anos desde o surto inicial e o mundo está vivendo a pior epidemia de ebola que já ocorreu. Mais de 600 pessoas morreram nos países africanos da Guiné, Libéria e Serra Leoa.
Na ausência de vacina ou tratamento, o conselho para este surto é quase o mesmo da década de 1970. "Sabão, luvas, isolar pacientes, não reutilizar agulhas e deixar em quarentena os que tiveram contato com as pessoas que estão doentes. Em teoria, deveria ser muito fácil para conter o ebola", avalia Piot.
Na prática, porém, outros fatores dificultam a luta contra um surto. Pessoas que ficam doentes e suas famílias podem ser estigmatizados pela comunidade, resultando em uma relutância para ajudar. As crenças levam alguns a confundir a doença com bruxaria. Pode haver ainda hostilidade para com os trabalhadores de saúde.
"Não devemos esquecer que esta é uma doença da pobreza, dos sistemas de saúde deficientes -e de desconfiança", diz Piot.
Por isso, informação, comunicação e envolvimento de líderes comunitários são tão importantes quanto a abordagem médica clássica, argumenta.
O ebola mudou a vida de Piot: após a descoberta do vírus, ele passou a pesquisar a epidemia de Aids na África e se tornou diretor-executivo fundador da organização Unaids.
"O ebola me levou a fazer coisas que eu pensava que só aconteciam nos livros. Isso me deu uma missão na vida para trabalhar nos países em desenvolvimento", diz. "Não foi só a descoberta de um vírus, mas também de mim mesmo."
FONTE: http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2014/10/08/conhecido-de-homem-morto-por-ebola-nos-eua-e-isolado-com-sintomas-do-virus.htm

Sala de aula Tradicional x Sala de aula Construtivista


Sala de aula Tradicional x Sala de aula Construtivista

A teoria behaviorista popularizada por B.F. Skinner (apud NCREL, 1997) continua conduzindo a maioria das práticas educacionais. Por mais de um quarto de século, as escolas e os professores estabeleceram objetivos e metas. Os currículos foram estabelecidos em uma seqüência rigorosa, acreditando que a melhor maneira de aprender era através da reunião de pequenos conteúdos de conhecimento e então integrá-los em conceitos mais amplos. As práticas de avaliação eram focadas na medida do conhecimento e das habilidades, com pequena ênfase no desempenho ou entendimento. Por outro lado, os pesquisadores cognitivistas afirmam que a melhor maneira de aprender é construindo o seu próprio conhecimento. 
Desta forma, as salas de aula construtivistas devem proporcionar um ambiente onde os estudantes confrontam-se com problemas cheios de significado porque estão vinculados ao contexto de sua vida real. Resolvendo estes problemas, os estudantes são encorajados a explorar possibilidades, inventar 
soluções alternativas, colaborar com outros estudantes ou especialistas externos), tentar novas ideias e hipóteses, revisar seus pensamentos e finalmente apresentar a melhor solução que eles puderam encontrar. Esta abordagem contrasta com as salas de aula behavioristas, onde os estudantes estão passivamente envolvidos em receber toda a informação necessária a partir do professor e do livro texto. Ao invés de inventar soluções e construir o conhecimento durante este processos, os estudantes são ensinados a procurar a "resposta certa" segundo o método do professor. Segundo esta idéia, os 
estudantes não precisam nem verificar se o método usado na solução dos problemas tem sentido (NCREL, 1997) .BENAIM (1995) salienta o paradoxo existente entre a filosofia tradicional e a 
filosofia construtivista. Na visão tradicional, o conhecimento é concebido como uma representação do mundo real, existindo separado e independentemente da pessoa que o retém. O conhecimento é considerado "verdadeiro" somente se refletir este mundo independente. O construtivismo, por sua vez, escapa desta tradição , desistindo da idéia de conhecimento independente do indivíduo e enfatiza o conceito de conhecimento baseado na experiência no mundo real de coisas e relações básicas para nossa adaptação à vida.
STEFFE e GALLE (apud BENAIM (1995) apresentam as visões do aprendiz e do professor, sob o ponto de vista construtivista. Para estes autores, o aprendiz, ao invés de um absorvedor passivo da informação, é visto como um indivíduo ativamente engajado na construção do conhecimento, trazendo consigo seu conhecimento anterior para enfrentar as novas situações. Os debates entre os alunos são considerados como oportunidades para desenvolvimento e organização do pensamento. O diálogo, os jogos e as pesquisas são valorizadas. Existe uma ênfase na colaboração como um meio 
de estimular a busca de um consenso entre os vários significados encontrados e construídos pelos estudantes. O foco não está mais no que o estudante sabe, mas inclui suas convicções, seus processos de pensamento e concepções de conhecimento. Por outro lado, o professor é visto tanto como um apresentador do conhecimento como um facilitador de experiências. Sua tarefa pedagógica é 
criar situações de aprendizagem que facilitem a construção individual do conhecimento. Ao contrário da atividade tradicional de valorizar a memorização das "respostas corretas", os professor considera o conhecimento "pré-existente" para mediar o processo de construção do conhecimento. Além disso, o professor encoraja os estudantes para desenvolverem seus próprios processos de busca de novos desafios. Como o conhecimento é adquirido sem um roteiro definido e dificilmente existe uma única solução para um problema, as abordagens metodológicas requeridas são mais reflexivas. FINEMANN e BOOTZ (1995) salientam que, na teoria construtivista, ocorre um deslocamento do centro do conhecimento de uma fonte externa ao aprendiz para um local residente em seu interior. A colaboração torna-se crítica porque é importante reconhecer a perspectiva única de cada estudante e apoiar a negociação social do significado. Quando o aprendiz dialoga, cada estudante fica exposto a múltiplas perspectivas do ambiente, aprofundando seu entendimento através da interação com os outros. O papel do professor também se desloca da figura autoritária para a figura de mentor.
BROOKS e BROOKS (apud DOWLING, 1995) fazem uma interessante 
comparação entre as salas de aula "tradicionais" e as "construtivistas", 
apresentadas no quadro 1. Quadro 1 - Características das Salas de Aula Tradicional versus Construtivista Sala de aula Tradicional Sala de aula Construtivista. O currículo é apresentado das 
partes para o todo, com ênfase nas habilidades básicas O currículo é apresentado do todo para as partes, com ênfase nos conceitos gerais O seguimento rigoroso do currículo pré-estabelecido é altamente valorizado Busca pelas questões levantadas pelos alunos é altamente valorizada As atividades curriculares baseiam-se fundamentalmente em livros texto e de exercícios.As atividades baseiam-se em fontes primárias de dados e materiais manipuláveis.Os estudantes são vistos como "tábulas rasas" sobre as quais a informação é impressa.Os estudantes são vistos como pensadores com teorias emergentes sobre o mundo. Os professores geralmente comportam-se de uma maneira 
didaticamente adequada, disseminando informações aos Os professores geralmente comportam-se de maneira interativa, mediante o ambiente estudantes[ "Um sábio sobre o palco"]para estudantes.
["Um guia ao lado"]O professor busca as respostas corretas para validar a aprendizagem.O professor busca os pontos de vista dos estudantes para entender seus conceitos presentes para uso nas lições 
subsequentes.Avaliação da aprendizagem é vista como separada do ensino e ocorre, quase que totalmente, através de testes Avaliação da aprendizagem está interligada ao ensino e ocorre através da observação do professor sobre o trabalho dos estudantes Estudantes trabalham fundamentalmente sozinhos Estudantes trabalham fundamentalmente em gruposGARDNER (apud DOWLING, 1995) afirma que uma forma de integrar os princípios construtivistas nas salas de aula é através da realização de "projetos". Segundo este autor, ao longo das aulas os alunos realizam milhares de testes e desenvolvem habilidades que muitas vezes se tornarão inúteis depois do último dia de aula. Em contraste, o desenvolvimento de um projeto envolve a observação da vida fora da escola, propiciando aos estudantes a oportunidade de organizar os conceitos e habilidades previamente estabelecidos, utilizando-os a serviço de um novo objetivo ou empreendimento. 
Em relação à avaliação, BROOKS e BROOKS (apud NCREL, 1995) afirmam que o professor, durante uma avaliação numa sala de aula construtivista, deve preocupar-se mais em entender o pensamento do aluno sobre o tópico do que dizer "não" quando o aluno não fornece a resposta correta sobre o que está sendo questionado. Os construtivistas acreditam que a avaliação deva ser usada como uma ferramenta para auxiliar na aprendizagem do aluno e na compressão do professor sobre o que o aluno está entendendo no momento. 
Da mesma forma, os pesquisadores afirmam que a avaliação não pode ser usada como uma ferramenta que faz com que os estudantes sintam-se bem em relação a si mesmos ou provoque desistências em outros. 
BROOKS e BROOKS (apud NCREL, 1995) apresentam uma lista dos princípios que devem guiar o trabalho de um professor construtivista.
Os professores construtivistas:
1. encorajam e aceitam a autonomia e iniciativa dos estudantes
2. usam dados básicos e fontes primárias juntamente com materiais manipulativos, interativos e físicos.3. usam a terminologia "classificar", "analisar", "predizer" e "criar" quando estruturam as tarefas
4. permitem que os estudantes conduzam as aulas, alterem estratégias instrucionais e conteúdo
5. questionam sobre a compreensão do estudante antes de dividir seus próprios conceitos sobre o tema.
6. encorajam os estudantes a dialogar com o professor e entre si
7. encorajam os estudantes a resolverem problemas abertos e perguntarem uns aos outros.
8. estimula que os estudantes assumem responsabilidades
9. envolvem os estudantes em experiências que podem envolver contradições às hipóteses inicialmente estabelecidas e estimulam a discussão 
10. proporcionam um tempo de espera depois de estabelecer as questões
11. proporcionam tempo para que os estudantes construam relações e metáforas
12. mantém a curiosidade do aluno através do uso frequente do modelo de ciclo de aprendizagem.
_______________________________
(Disponível em: http://penta.ufrgs.br/~luis/Ativ1/SalaTradxConstr.html#dowling
Acesso em: 12 mai. 2013.)

6 de outubro de 2014

PLANO DE AULA-Celulares e convergência digital



              Celulares e a convergência digital


Publicado por 

Objetivo(s) 
  • Problematizar o impacto das tecnologias de informação e comunicação na vida cotidiana, especialmente por meio do uso dos smartphones;
  • Proporcionar aos alunos uma visão geral sobre a convergência digital, compreendida como a integração de diversos serviços e tecnologias em uma mesma plataforma ou dispositivo tecnológico.
Conteúdo(s) 
  • Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s);
  • Convergência digital;
  • Sociologia.

Ano(s) 
Tempo estimado 
2 aulas
Material necessário 
Este plano de aula está ligado à seguinte reportagem de VEJA:
Desenvolvimento 
1ª etapa 
Introdução
Conforme o texto de Roberto Pompeu de Toledo, publicado em Veja, os smartphones alteraram de maneira significativa a vida cotidiana de muitas pessoas (nos comportamos agora como os Homo Connectus descritos pelo colunista). A metáfora bem-humorada sugere que para essa “nova espécie” a conectividade proporcionada pelas tecnologias atuais é praticamente indissociável das demais atividades sociais dos indivíduos.

Este plano de aula reúne elementos para uma melhor compreensão sobre as formas de comunicação atuais e seus impactos sociais. Mais especificamente, a partir da crítica do colunista, procura proporcionar aos alunos os argumentos para a compreensão daquilo que se convencionou chamar de “convergência digital”, representada em grande medida pelos serviços de telefonia e equipamentos como os smartphones.

Inicie a aula com uma conversa com os alunos, procurando saber a opinião deles sobre conectividade. O que o termo significa para eles? Procure saber como eles se comunicam no dia a dia com os amigos e familiares, e também se eles se consideram pessoas conectadas. Perguntas como “Quantos e-mails ou torpedos você envia por dia?” podem ser uma boa maneira de animar a discussão.

Em seguida, distribua as cópias da coluna de Roberto Pompeu de Toledo publicada em Veja e conduza uma leitura dirigida, esclarecendo eventuais dúvidas. Após a leitura, pergunte aos alunos se eles concordam com o texto e peça que eles argumentem a respeito. Finalmente, utilizando elementos do texto de apoio abaixo, estimule a discussão sobre os impactos da conectividade no comportamento humano.

O ganhador do Prêmio Nobel de Física de 1978, Arno Penzias, certa vez afirmou que “a internet ignora os três conceitos básicos da física: o tempo, a massa e o espaço”. A frase, no entanto, pode ser aplicada para a maioria dos métodos de comunicação atuais: em primeiro lugar, a informação eletrônica é composta de impulsos elétricos (por isso não tem massa), podendo ser veiculada e reproduzida a um custo baixíssimo; além disso, os avanços tecnológicos possibilitaram que os meios de comunicação se difundissem como nunca antes, tornando-se acessíveis por meio de equipamentos individuais e superando as barreiras tradicionalmente impostas pelo tempo e espaço.

Pense em um método de comunicação mais “antigo” como, por exemplo, a carta. Até pouco tempo atrás, para uma informação escrita chegar a seu destinatário, era necessário que ela se deslocasse fisicamente do remetente ao destinatário, em um processo que tomava certo período de tempo. Na prática, os avanços tecnológicos simplificaram e aceleraram esse processo, de maneira que um SMS ou e-mail de certa forma “ignoram” as barreiras impostas pelo tempo e o espaço – a comunicação não depende mais do contato direto entre os interlocutores ou do deslocamento de um meio físico. Hoje, a informação navega em tempo real.

Anthony Giddens, famoso sociólogo britânico, chama esse fenômeno de “separação de tempo e espaço”, indicando que ele possui desdobramentos práticos muitas vezes não percebidos. O autor aponta que esse processo é “fundamental para o maciço dinamismo que a modernidade introduz nas questões sociais humanas”, muitas vezes causando um “desencaixe” entre os indivíduos e os sistemas sociais que eles habitam (o que explicaria, por exemplo, os usuários de smartphones estarem sempre conectados com coisas distantes, muitas vezes ignorando o espaço onde estão fisicamente).

Portanto, de forma resumida, o avanço das tecnologias libertou nossa sociedade contemporânea das restrições físicas dos antigos métodos de comunicação. Porém, essas facilidades fizeram com que a comunicação não tenha mais hora e nem lugar específicos para acontecer. Ou seja: a comunicação pode acontecer a qualquer hora e em todo lugar, e qualquer demora pequena em se comunicar pode significar um problema social (não saber do último boato, perder uma oportunidade de negócios, não saber das últimas notícias etc.). Talvez por isso os smartphones e tablets sejam tão disseminados atualmente, pois podem ser considerados como nossa ferramenta para o ato de se comunicar em uma modernidade que superou o tempo e o espaço.

Discuta as ideias acima com a turma e se possível, utilize outros exemplos de meios de comunicação “antigos” (telegramas, cartão postal, “fofoca”), comparando-os com opções atuais (Twitter, Facebook, chat em vídeo). Termine a discussão propondo um exercício de pensamento para os alunos, indagando sobre como seria a vida deles sem os métodos de comunicação atuais. Se julgar necessário, peça que escrevam um texto dissertativo a respeito, que deve ser entregue na próxima aula.
2ª etapa 
Inicie a segunda aula com uma breve revisão da aula anterior e ressalte a ideia de que as tecnologias permitiram que o mundo moderno “suspendesse” a maioria das restrições físicas à comunicação humana. Em seguida, apresente aos alunos o conceito de “convergência digital”, conforme a citação abaixo e a leitura sugerida:

A integração de tecnologias e serviços, compartilhando o mesmo meio (…) é o que se chama convergência digital. Acesso à internet pela televisão, uso de telefonia e transmissões de rádio pela internet e até o uso de celulares para assistir TV são alguns exemplos de convergência digital (Leon, 2009).

Procure saber se todos estão familiarizados com o conceito de smartphone. Lembre-se, um smartphone é um aparelho eletrônico que agrega funções diversas, misturando as funções dos celulares com recursos dos computadores. Se necessário, utilize exemplos de produtos que se enquadram na classificação (iPhone, Blackberry etc.). Incentive os alunos a enumerarem e descreverem as tecnologias contidas nos smartphones (para citar apenas algumas: telefonia móvel, mensagens de texto, acesso à Internet, captura de imagens e vídeos... certamente, a turma vai lembrar muitas outras funcionalidades para os gadgets disponíveis no mercado).

Em seguida, problematize a relação entre os equipamentos tecnológicos e os fenômenos sociais discutidos anteriormente (a facilidade de comunicação e seus impactos sociais). Na opinião deles, os smartphones são um exemplo de “convergência digital”? Qual seria o papel desses aparelhos tecnológicos nos processos de comunicação atuais? Eles facilitam a convivência entre as pessoas? Eles podem atrapalhar?

Por fim, peça que os alunos, individualmente, elaborem um texto curto (até quatro parágrafos), utilizando os elementos presentes na coluna de Roberto Pompeu de Toledo e os assuntos discutidos em aula. Para direcionar a produção de textos, você pode sugerir temas como “Um mundo conectado”, “Os aspectos negativos da convergência digital”, “Comunicação e informação: ontem e hoje”.
Avaliação 
Os alunos devem ser avaliados de acordo com a participação nas discussões em sala de aula; a compreensão dos temas abordados (impacto das tecnologias de comunicação, convergência digital); a clareza e a criatividade dos textos elaborados em sala de aula. É importante que, ao final das aulas, eles saibam o que é a convergência digital.

Quer saber mais?
BIBLIOGRAFIA
Convergência digital: mídias integradas
. Leon, André. In ComCiência – Revista Eletrônica de Jornalismo Científico. Dossiê Utopias Virtuais, agosto de 2009. Disponível em http://www.comciencia.br/comciencia/?section=8&edicao=48&id=594
Modernidade e identidade (capítulo 1, Os contornos da alta modernidade). Giddens, Anthony. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2002.

                    



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